quinta-feira, 12 de março de 2009

SAUDADE FLUTUANTE



Hoje eu quero ser pluma
Muito leve, pequena, flutuante
Atravessar nuvens de espuma
Tomar chuva em taça de cristal.
Quero da pluma a alvura
Elevar-me sem critério
Ganhar toda infinita altura
Mudar meu cenário
Desfolhar meu calendário
Desvendar todo mistério.
Vou bailar nas correntes dos ventos
Os olhos lá embaixo sedentos
Acompanhando meu vôo hilário...
Quero voar sem rumo, sem prumo
Seguir apenas minha intuição
Que apontará a direção
Do amor que habita meu coração
Supra-sumo...
Vou cantarolar todas as canções
As que já fiz e as que vou inventar
Na hora do meu eu pluma voar...
Quero passar de mansinho pela lua
Sorrir e cumprimentar São Jorge
Pegar uma carona em seu cavalo
Levar comigo a sua lança
Com ela a esperança
Fazer língua pro dragão
Não temer a escuridão
Me deliciar na frescura da aragem
Soprada pelos anjos da tarde
Livrar-me de toda bagagem
Apenas indo devagar,
Ao encontro do teu beijo
Já não posso mais esperar
Vou flanar em meu desejo
Mel-poejo
Abraçar o silêncio bendito
Confessar-me ao céu
Pedir que nosso amor seja infinito
Registrados em salmos ancestrais
Pelo sol pleno o glorificado véu
Nesse vôo de saudade
Vou pousar na tua mão
Rosada solidão...

RosanAzul

2 comentários:

Mário Margaride disse...

Querida Rosana!

Um lindo poema, como tu sabes esctrever.

Parabéns! Por este belo momento, de pura poesia.

Beijinhos

Mário

Haere Mai® disse...

Olá! fiquei fascinada com o teu espaço. Obrigada pela visita.Foi um prazer.

Beijo azul