segunda-feira, 1 de setembro de 2008

O TROVADOR E A DAMA



Encontrado foi no peito,
Do trovador, deitado ao leito,
Em meio às manchas de vida,
E uma cítola partida:

“A quem possa interessar,
Ou do caso, de acaso encontrar,
Tenha já, sem razão,
Em suas mãos toda a verdade,
Desvelar mudo verso da mão covarde,
Que de tanto amor e sofrimento
Encontrou um fim para o tormento.

Se a bela Dama, d’alta corte,
Não compreendera o porquê de uma ilusão
Nem tivera ao alcance, a compaixão,
Não viria pois, da pena, mal da vida,
Carne nova a preencher essa ferida”.

Apertando as mãos em dor,
Ao seu lado chorava a Dama.
Na lágrima alcançava o louvor
Do remorso de quem ama.


João Neto

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