domingo, 24 de agosto de 2008

PEREGRINANDO



numa noite descobri-me um peregrino

palmilhando o destino como estrada

aonde iam como eu mais viageiros

semeando os seus sonhos pelo nada

e fazendo mil desenhos na poeira

que os pés levantavam em suas passadas...

seu grafismo granulado ia formando

velhas formas na lembrança despertadas

de instantes infinitos de alegria

de momentos lacerados de tristeza

de minutos carregados de agonia

de repentes milagrosos da beleza

bem no fundo de meu peito germinada...

num segundo todo o medo se esvaía

e no outro me prendia com suas presas

ora a dor de uma saudade me engolia

ora o espanto da surpresa aparecia

ora a vida me lotava de energia

ora a vida me enchia de fraqueza...

se por vezes a coragem era minha guia

outras vezes minha guia era a incerteza...

foi assim pelo meu percurso inteiro

foi assim por toda minha caminhada...

esta é a meta desse humano desafio

a razão da existência nos ser dada:

temperar nossa alma a fogo e a frio

e fazer de cada passo uma chegada...


Hugo Leal

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