sexta-feira, 9 de maio de 2008

AMANHÃ DE MANHÃ

amanhã de manhã quando minha rua

não tiver mais este céu de cobertor

e o homenzinho cor de prata lá na lua

for dormir esperando o sol se por,

guardarei a visão iluminada

da paixão que as estrelas na calçada

reteceram com suas luzes sussurradas

nos olhares de uma alma abandonada

aos feitiços e serviços de seu amor...

e braços dados com esta alma embriagada

andarei eu também nu por esta estrada

que passando no cinzento da cidade

vai direto para o bairro da saudade

onde banha de vazio o coração...

e como ela eu também farei do nada

um início de caminho e de escalada

para a história de um novo conteúdo

onde o gene da esperança pode tudo

inclusive construir outra chegada...




Hugo Leal

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