sexta-feira, 11 de abril de 2008

FANATISMO


Minha alma de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver
Não és sequer a razão do meu viver
Pois que tu és já toda minha vida
Não vejo nada assim, enlouquecida,
Passo no mundo meu amor a ler
O misterioso livro do teu ser,
A mesma história tantas vezes lida
Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
Quando me dizem isso toda a graça
Tua boca divina fala em mim
E olhos postos em ti, digo de rastros:
"Podem voar mundos, morrer astros
Que tu és como um deus, princípio e fim."

Florbela Espanca.

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