sexta-feira, 4 de abril de 2008

DAMA DA NOITE...



No jardim daquela casa,
Tem rosas, tem cravo
Azaléa e agapanto
Grama verde, bem verdinha,
Borboletas coloridas e de todo tamanho
Formiguinhas em fileiras
Carregam bandeirinhas...

Beija-flor é uma festa!
Verdadeiro ritual:
Com beijinhos
Cada flor ele desperta...
O bem ti vi, que nada viu
E tudo vê
Lá em cima do telhado
Assisti a tudo satisfeito,
Malandrinho e fanfarrão
Come a comida do sabiá
E canta o dia inteiro.

A correquinha fez um ninho
Bem no alto do limoeiro
Sentadinha ela cuida
Do ninho com muito zelo.
A danada da cigarra nunca se vê:
Boêmia e seresteira
Só faz festa no natal.

Vai o dia cai a noite
Dorme a boca de leão.
Cintila o vaga-lume
Em meio a escuridão.
Dorme o jardim
Ao som do grilo solitário
Que canta e encanta
Majestosa e alva Dama...

Mas quem é ela,
Bela donzela,
Que desabrocha bonita e faceira,
Dona de tal encanto?
Seu perfume invade a escuridão
Inspirando poetas sonhadores...
Que ainda não sabem o por quê
Da sentença que carrega
Viver somente uma noite
Cega
Beleza em vão...

Despede-se então a noite
Do seu jardim encantado
Levando junto um sonho
Mau fadado.
O jardim espera agora calado
Pelo romper da aurora...
..........
Sem demora
Já é dia...
E numa triste agonia
Tamanha ironia
Morre a Dama
Da Noite...

RosanAzul

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