sexta-feira, 7 de março de 2008

MANDALA - A TERAPIA DO INFINITO -



Por Rosana de Souza




1. INTRODUÇÃO

Mandala significa circulo mágico em sânscrito, integra a arte, a magia e a psicologia.
Representa a interação do ser humano com o cosmos, entre a realidade aparente e as esferas divinas.
A Mandala é tão antiga quanto a criação. Sabemos através da ciência que o mundo começou com uma grande explosão.
Curioso é observar que a tradição hindu, há milênios, já tinha conhecimento da expansão de nosso universo a partir daquela enorme explosão.
Isso leva-nos a um questionamento. Será que a imagem provocada a partir daquele estouro pode ter sido a configuração de uma mandala?
No oriente as mandalas são confeccionadas de forma ritualística e seus elementos são imagens representativas das forças criadoras do Universo.
Esse processo criativo desperta a expansão da consciência podendo transformar os caminhos através do qual o homem responde ao mundo em todos os seus impulsos.
Esta é a magia dos símbolos, onde a fonte está no poder que reside na Mandala, mãe de todos os símbolos.


2. DESENVOLVIMENTO

A ocidentalização da Mandala deve-se atenção que C.G.Jung direcionou a cultura oriental, onde integrou alguns de seus elementos em seu trabalho. Ele descobriu que desenhar, pintar e sonhar com Mandalas é parte natural do processo de individuação do ser, ou seja: a individuação é a grande “jornada do ego na busca e no aumento do Si - Mesmo”. “Obrigando a viver, eu mesmo, o processo do inconsciente, tivera que me abandonar inicialmente a esse fluxo, sem saber para onde seria levado. Só quando comecei a pintar as mandalas vi que o caminho que seria necessário percorrer a cada passo que deveria dar, tudo convergia para um dado ponto, o do centro. Compreendi sempre mais claramente que a mandala exprime o centro e que é a expressão de todos os caminhos: é o caminho que conduz ao centro. A individuação”. (JUNG, 1963, P. 174)
Com a confirmação desta teoria, Jung representou este processo essencialmente numa Mandala que chamou “A janela para a eternidade”. Essa imagem é reproduzida no livro O Segredo da Flor de Ouro1.
Ao desenhar uma Mandala criamos um símbolo pessoal onde obtemos informações reveladoras de como estamos num determinado momento, emergindo através do desenho mandálico situações conflitantes da nossa essência, além de produzir uma grande descarga de tensão. Quando fazemos uma mandala estamos criando nosso próprio círculo de proteção. Para isso é importante estarmos relaxados, mente vazia, centrado, conectando nosso interior, pois acima de tudo, criar ou meditar a partir de uma Mandala é uma forma criativa de religação com Deus.

Trabalhar nossa energia física e espiritual é interessante.
Quando este trabalho é feito com Mandalas, ele se torna Algo mais que um simples exercício, pois você está lidando com algo sagrado. O principio das atividades sugeridas com Mandalas e deixar que nossa energia seja trabalhada por elas, que vão realizando as alterações sem muita interferência da nossa consciência. Tanto nas meditações abstratas, como naquelas com uma finalidade temática, as Mandalas são de grande ajuda. A Mandala requer sempre uma postura interior de quem Sabe que está envolvido com algo sagrado, algo que Está além do mundo material. Não que isso precise Ser complicado, mas deve-se dar atenção a alguns Detalhes. “(FIORAVANTE, 1997, p.7)”.


3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por serem “desenhos sagrados”, as modificações energéticas e espirituais adquiridas através de exercícios contínuos, estão dirigidos por uma força superior a nossa compreensão onde nossas vibrações são alteradas para redirecionarmos as trilhas de nosso caminho.
Como terapeuta e minha experiência com artes plásticas, utilizo as Mandalas como forma de processo terapêutico de auto-conhecimento, pois podemos observar através da leitura dos símbolos nossas próprias deficiências, sendo que sua função terapêutica vai além, pois podemos também trabalhar o estresse, depressão, falta de atenção, concentração, inclusive dependentes químicos.

Referências Bibliográficas:

JUNG, C., G., Memórias, Sonhos, Reflexões, Nova Fronteira, 13ª edição, 1963
FIORAVANTI, CELINA, Mandalas A Religação da Alma com Deus Através de Desenhos Sagrados, Ground, 5ª edição, 1997
DAHLKE, RUDEIGER, Mandalas, Formas que Representam a Harmonia do Cosmos e a Energia Divina, Pensamento, 1985

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